Diferença entre ansiedade e depressão.
- Fabio Corrêa
- 25 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de set. de 2020
A depressão e a ansiedade costumam andar de mãos dadas, porém são transtornos psiquiátricos diferentes, e saber diferenciá-los é fundamental para compreender as pessoas que os tem e como ajudá-las a receber o tratamento adequado. Para isso vamos nos voltar para algumas perguntas recorrentes sobre esses dois transtornos, para que assim possamos entender melhor e reconhecer os sinais de cada um deles.
ENTÃO, O QUE É A DEPRESSÃO?
Diferentemente do que muitos costumam pensar, a depressão não é apenas uma tristeza apresentada como choro recorrente e isolamento repentino, mesmo que essas situações possam estar, sim, associadas à doença. E é exatamente isso que devemos deixar bem claro aqui: a depressão é uma doença. Na verdade é um conjunto de comportamentos e manifestações clínicas que refletem em síndromes depressivas que, geralmente, são nomeadas apenas como ‘depressão’.
Não se trata de frescura, falta de fé ou uma maneira de chamar atenção. É uma doença e, como qualquer outra, precisa ser tratada da melhor forma possível. Há tratamentos medicamentosos, psicoterapêuticos, relacionados à mudança de hábitos de vida e muitos outros métodos.
E COMO RECONHECER OS SINAIS DA DEPRESSÃO?
A depressão é manifestada em graus distintos, podendo variar de uma forma mais leve para uma mais grave, o que acaba por refletir na intensidade com que os sinais e sintomas são manifestados. Entre esses estão apatia, desmotivação, fadiga constante, ganho ou perda peso marcante, insônia, pensamentos pessimistas e desesperança.
Geralmente as pessoas deprimidas não sentem prazer nem ânimo para realizar suas as atividades diárias e até mesmo básicas como tomar banho, tornando-se desleixadas quanto à higiene pessoal, quando em estados mais graves. Porém muitas pessoas conseguem disfarçar aspectos visuais do seu quadro, e o comportamento e discurso acabam sendo peças-chave para identificação da doença.
Uma pessoa com depressão costuma ser negativa e insegura, sente-se inútil e acha que sua vida não faz sentido. Também costuma fazer alusões constantes à morte. Muitas vezes, a depressão pode se manifestar em práticas de automutilação e comportamentos impulsivos e ansiosos, podendo até mesmo levar a pessoa a cometer o suicídio em um ato de impulsividade.
Diferentemente de uma tristeza normal - que tem uma causa definida, como a perda de um ente querido, e costuma ter curta duração - a depressão faz com que a pessoa se encontre em um quadro recorrente de humor negativo, sem causa aparente, e por uma longa duração. Colocar uma etiqueta de ‘depressivo’ em uma pessoa que está vivenciando algum momento difícil, apenas acaba por banalizar o termo e dificultar a identificação de pessoas que estão realmente doentes e precisam de ajuda.
E QUANTO A ANSIEDADE? É SINÔNIMO DE DEPRESSÃO?
A resposta é não. Na verdade, a depressão e a ansiedade costumam estar juntas e presentes em diversos transtornos psiquiátricos, porém, cada uma tem suas próprias manifestações clínicas e classificações.
O QUE É A ANSIEDADE?
É um estado constante de apreensão e medo diante de acontecimentos e situações cotidianas. Muito conhecida como uma ‘premeditação’ de desfechos negativos para eventos que nem mesmo ocorreram, fazendo com que a pessoa esteja sempre tensa e preocupada. Se manifesta por alterações fisiológicas e comportamentais bem características.
Para explicar melhor a ansiedade, vamos compreender um fenômeno natural do ser humano manifestado em momentos de estresse e que tem papel fundamental na sobrevivência. É uma resposta nervosa ao perigo iminente ou um potencial risco. Essa resposta faz com que o corpo libere substâncias que aumentam a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e a frequência respiratória, além de estimular a sudorese (aumento do suor), gerando alterações que são importantes para a ‘fuga ou luta’, mecanismo natural de defesa. E o que isso tem a ver com a ansiedade? Bem, a pessoa com ansiedade vivencia constantemente esse estado de ‘fuga ou luta’ ao estar sempre esperando o pior resultado de uma situação, fazendo o corpo passar recorrentemente por esse processo, o que acaba sendo psíquica e fisicamente exaustivo.
COMO IDENTIFICÁ-LA?
A ansiedade é manifestada por quadros de inquietação, preocupação excessiva, irritabilidade, dificuldade no sono, tensão e dores musculares, aperto no peito, sensação de medo que pode vir acompanhada de falta de ar e aceleração dos batimentos cardíacos, muito comum na síndrome do pânico e no transtorno do estresse pós-traumático. A pessoa pode ter pensamentos negativos e esperar sempre o pior das situações da vida. Esses efeitos têm fortes impactos negativos no bem-estar e resultam em muito sofrimento para quem os vivencia.
Por essas razões, quanto mais rápida e eficaz for a intervenção, melhores são os resultados na qualidade de vida da pessoa. Assim, podemos ver o quão importante é diferenciar e identificar esses sintomas para ajudar as pessoas que sofrem com essas doenças.
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